O seguinte texto pertence à obra: Pequena referência bíblica, a ser publicada pelo Projeto Alcance.
Desde tempos remotos, o Senhor Deus mandou seus profetas escreverem as revelações que dele recebiam, Êx 17.14; 34.27; Dt 31.19; Is 30.8; Jr 30.2; 36.2; 36.28; Hq 2.2. O próprio Senhor escreveu os Dez Mandamentos na segunda tábua, Êx 34.1; Dt 10.2. Para produzir os documentos do AT, porém, ele inspirou os homens e estes escreveram a palavra de Deus, 1Pe 1.10-12: “(…) homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo” 2Pe 1.19-21.
O AT é a coleção de livros dos judeus que contém a lei de Moisés e representa para o povo de Israel a aliança que Deus fez no Monte Sinai. Os cristãos chamam o livro de “Antigo Testamento” ou “Velho Testamento”, por terem recebido mediante Cristo a nova aliança.
Até a vinda de Jesus o cânon do AT (isto é, a coleção dos livros) já tinha sido fechado. No primeiro século, era comum a divisão triparte do AT, em lei, profetas e escritos (estes representados, às vezes, por sinédoque, pelo livro maior do grupo, os Salmos), Lc 24.44. Muitas vezes, a divisão foi abreviada, por conveniência, em apenas duas partes: a lei e os profetas, Mt 5.17; 7.12; 22.40; Jo 1.45; At 24.14; Rm 3.21. Por estas referências fica evidente que o próprio Jesus utilizou as duas maneiras de se referir ao AT.
O pequeno partido dos saduceus aceitou apenas os cinco livros de Moisés como sendo inspirados, ou canônicos, mas no geral os judeus estavam de acordo quanto aos livros a serem incluídos. Não houve nenhum livro escrito na língua grega. O acréscimo, séculos depois, de livros apócrifos, escritos no grego, não foi ato do povo de Israel, a quem Deus deu a lei, Rm 9.4.
Para cristãos, o AT é de grande valia. Se “toda Escritura é inspirada por Deus” 2Tm 3.16, toda ela deve ser estudada com cuidado. Pois o AT revela o desenrolar do projeto divino estabelecido desde antes da criação, a natureza e o caráter de Deus e grandes princípios espirituais e morais válidos em todas as épocas. “Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança” Rm 15.4; cp. 1Co 10.11.
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