Howard Norton faleceu hoje, poucas semanas após o falecimento da sua esposa Jane. O filho, Tom, escreveu:
“Hoje, domingo, nosso querido pai juntou-se com nossa mãe, na presença de Deus, rodeado por testemunhas da sua fé. Agradecemos a todos os irmãos brasileiros que tanto o amaram e nos apoiam com suas orações”.
Nos últimos anos o irmão Norton palestrou em vários eventos nacionais. Ele voltava frequentemente ao Brasil para ajudar e ensinar.
Howard e Jane eram membros da equipe missionária de São Paulo em 1961. Quando cheguei no Brasil pela primeira vez, em 1978, ele pregou em uma campanha evangelística na nova congregação de Itapoã, em Belo Horizonte. Esse foi meu primeiro encontro com ele.
Embora eu não entendesse quase nada dos sermões de Howard, fiquei impressionado com seu jeito fácil no púlpito, com seu domínio do português e com sua facilidade de se relacionar com os outros.
Em 2015 eu e Howard palestramos em dois eventos da irmandade. Ele brincou em uma de suas mensagens que amava o Brasil e os brasileiros, apesar de ter feito campanha entre seus colegas de equipe missionária, na hora de escolher país, em favor de Cingapura. Até sua esposa votou contra ele. Essa história é típica de sua humildade.
Quando Howard se tornou presidente do Instituto Baxter em Honduras, ele me enviou um e-mail e pediu que eu, como editor no Brasil, assegurasse aos irmãos brasileiros que seu apreço e amor por eles não haviam diminuído.
Em 1978 ou 1979, eu estava retornando aos EUA sozinho, após três meses no Brasil. No balcão de check-in, encontrei Howard voltando sozinho também. Ele deve ter combinado com o agente de passagens que sentaríamos juntos. Assim, tive a bênção de conversar com Howard durante o voo. Uma das perguntas que me lembro de ter feito a ele foi como me preparar melhor para voltar a trabalhar no Brasil. Ele recomendou que eu fizesse pós-graduação depois de terminar meu curso. Segui seu conselho e nunca me arrependi.
Howard sempre demonstrou preocupação com o amadurecimento e a fidelidade da igreja brasileira.
Quando o movimento de discipulado, ou grupo de Boston (agora conhecido como Igreja de Cristo Internacional), veio pela primeira vez ao Brasil, ele e outros visitaram São Paulo e realizaram reuniões para mostrar os perigos de ser influenciado pelo grupo.
Eddison Fowler e eu fomos de carro de Belo Horizonte a São Paulo para participar da reunião com o sr. Norton. (Anteriormente, havíamos visitado o grupo de discipulado quando eles vieram estudar português por alguns meses). As reuniões foram realizadas no prédio da congregação no Butantã e, em um sinal de respeito por eles, não foram poucos os presentes. Lembro-me especialmente de ter presenciado uma intensa discussão pessoal entre Howard e um missionário que ainda estava no campo naquela época e que defendia o grupo de Boston.
Anos mais tarde, Howard, Don Vinzant e outros vieram ao Brasil durante uma palestra anual no nordeste para compartilhar suas preocupações sobre o movimento progressista (ou liberal, ou ecumênico) entre nós. Eles falaram sobre questões como a introdução de instrumentos de música na adoração e o papel da mulher nas congregações.
Na foto no início são Jane e Howard Norton; Yvonne e Frank Steinbaugh; o editor. Frank era amigo de infância de Howard e serviu como presbítero numa congregação que nos ajuda no Brasil. Os Steinbaugh tinham sido convidados a vir ao Brasil como parte da equipe. A ocasião foi um jantar quando eu e a esposa tivemos o privilégio de sair com os dois casais.
2 Comments
Excelente irmão! Sua dedicação e amor ao reino foram exemplares!!!
Foram mesmo. Na próxima edição da revista Edificação, vou mencioná-lo também. O tema será: “Do que a igreja precisa?”. A igreja precisa de mais homens como ele.