Crer nas Escrituras e no poder de Deus precisam estar juntos

PARA MEMORIZAR E PENSAR, POR VALDIR JOSÉ DA SILVA ─

Portanto, na ressurreição, de qual deles a mulher será esposa? Porque os sete casaram com ela. Jesus respondeu: — Os filhos deste mundo casam e se dão em casamento, mas os que são considerados dignos de alcançar a era vindoura e a ressurreição dentre os mortos não casam, nem se dão em casamento. Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição. Lucas 20.33-36.

Toda vez que utilizamos os parâmetros humanos para explicar o espiritual, caímos no erro. Os saduceus, aquele grupo religioso e materialista que não acreditava na ressurreição dos mortos, quis confrontar Jesus utilizando algo que eles conheciam para refutar o desconhecido por eles, mas tão conhecido por Jesus, a vida no campo espiritual.

Havia uma lei na Bíblia, do Levirato, Gênesis 38.8-10 e Deuteronômio 25.5-6, que ordenava à viúva sem filhos, que casasse com o irmão mais velho para dar descendentes ao marido morto. Foi tão séria no Velho Testamento que uma pessoa foi morta por Deus ao desobedecê-la, Onã.

No exemplo hipotético dos saduceus, uma mulher tinha casado com sete homens em razão da lei do Levirato, mas não tinha dado à luz à filhos a nenhum deles. Portanto, perguntavam os saduceus, de quem ela seria esposa do mundo espiritual, na ressurreição? Era uma forma de ridicularizar a crença na ressurreição, defendida pelos seus rivais, os fariseus.

O texto paralelo de Mateus e Marcos acrescentam uma comentário não mencionado no livro de Lucas:

Jesus respondeu: — Será que o erro de vocês não está no fato de não conhecerem as Escrituras nem o poder de Deus? Marcos 12.24.

Eis a raiz de todo ensino errado, de toda doutrina falsa: a falta de conhecimento das Escrituras e do poder de Deus. Uma está ligada à outra e, isoladas, produzem erros como esse dos saduceus.

Há pessoas que creem em Deus, mas acham que a verdade dele está além das Escrituras Sagradas ou na Bíblia e mais outras fontes como outros livros, a tradição religiosa, a interpretação dos líderes religiosos, entre outros. Erram feio quando agem assim.

Sim, Deus existe, Jesus viveu entre nós, porém, sem a Bíblia, cada um cria o seu “deus” e o seu “Jesus”, de acordo com suas experiências e conveniências. Na Bíblia, por exemplo, o Deus verdadeiro é aquele que se apresenta no Velho Testamento como o Deus da nação de Israel e no Novo Testamento, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Qualquer outro que reivindique a divindade além desse da Bíblia, é falso e deve ser rechaçado.

No ressurreição dos mortos, muitos estarão na perdição porque até acreditavam na existência de Deus, na no “seu” deus e não utilizavam a Bíblia como a bússola da verdade.

Outros creem na Bíblia, mas duvidam do poder de Deus e por esse motivo tudo na Bíblia, para eles, deve ser explicado à luz da razão humana, do racional. Esses, como os saduceus, têm muita dificuldade em aceitar o sobrenatural e o inexplicável na Bíblia. E geralmente são materialistas, pois a vida reduz-se aos anos aqui na terra.

Vou citar alguns exemplos:

• a criação do mundo por Deus com base no criacionismo e não no evolucionismo,
• a existência de Adão e Eva literais,
• a passagem do povo de Israel pelo meio do Mar Vermelho,
• o nascimento virginal de Jesus e a ressurreição do Senhor.

Esses estão entre alguns assuntos não aceitos ou explicados usando-se a régua da sabedoria humana.

Por não acreditarem no poder de Deus, reduzem a revelação bíblica até onde a mente humana pode explicar. Foi o que fizeram os saduceus no episódio da viúva que morreu após ter sete maridos. O Senhor Jesus, que conhecia o mundo espiritual como ninguém os corrigiu de forma certeira:

Os filhos deste mundo casam e se dão em casamento, mas os que são considerados dignos de alcançar a era vindoura e a ressurreição dentre os mortos não casam, nem se dão em casamento. Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição. Lucas 20.34-36.

Às vezes fazemos isso em nossas conversas formais e passamos a fazer perguntas dentro da realidade que vivemos:

• “Nos conheceremos lá no céu?”
• “A relação marido e mulher, pais e filhos existirá lá?”
• “Comeremos lá no céu?”

Alguns até ousam a dizer: “Teremos _____ lá no céu?”, e citam seu prato predileto como, por exemplo, churrasco. Creio que ao ouvir esses nossos comentários, Deus, junto com os anjos, lá no céu, dão boas gargalhadas. Sim, antes que me corrijam, a Bíblia diz que Deus ri: “Aquele que habita nos céus dá risada; o Senhor zomba deles” Salmo 2.4.

Quero ainda destacar uma outra frase de Jesus: “Pois não podem mais morrer”. Que maravilha! Que notícia boa esta! No céu seremos eternos e não passaremos pelo pavor de todos hoje em dia, a morte. Nunca estamos preparados para ela, especialmente de um ente querido. Claro que haverá também eternidade no inferno, só que de sofrimento.

Portanto, não nivelemos as revelações da Bíblia à limitação de nosso conhecimento. O verdadeiro conhecimento bíblico vem da crença e conhecimento na Bíblia como a única verdade absoluta de Deus e na capacidade dele de fazer o impossível para nós, seres humanos, muitos desses exemplificados na Bíblia. Por exemplo, quando o sol e a lua pararam em Josué 10.12-14. Naquele dia os movimentos de rotação e translação foram suspensos até que seu servo Josué ganhasse a batalha.

O verdadeiro cristão crê em Deus e na Palavra dele, mesmo naqueles relatos mais fora do comum, como um homem ser ressuscitado depois de quatro dias morto, pois sabe que o Deus que serve é poderoso e ilimitado. E tudo o que está relatado na Bíblia é a verdade de Deus para nós. Bom dia.

Valdir José da Silva, Guarulhos/SP.

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