POR HUGH FULFORD ─ Em 1956 (talvez 1957), H. A. Dixon, presidente da Faculdade Freed-Hardeman (agora Universidade), proferiu uma palestra na Conferência Bíblica Anual da Faculdade Cristã de Abilene (agora Universidade) sobre o assunto: “Superando as tendências denominacionais”. Eu era aluno da Freed-Hardeman naquela época e lembro-me do irmão Dixon falando sobre sua palestra em uma de suas aulas bíblicas. [A foto acima é do irmão Dixon. ─JRM]
Mais tarde, essa palestra foi publicado em seu livro de sermões, Saving Faith and Other Sermons, publicado pela Gospel Advocate Company em 1963. Possuí, li e apreciei esse livro por muitos anos, embora não o tenha mais.
Em 13 de abril deste ano, meu bom amigo e colega pregador do evangelho, Steve Miller, publicou em sua excelente série de ensaios: “From the Stacks”, uma parte da palestra do irmão Dixon, parte da qual segue abaixo.
“Existem algumas tendências denominacionais dentro da igreja. Podemos ver isso na fala de muitos. Depois de Neemias ter conseguido liderar o remanescente judeu na restauração dos muros de Jerusalém, ele se encarregou da tarefa de corrigir muitos dos defeitos espirituais em seus baluartes. Ele observou especialmente que, devido a casamentos mistos e associações com pessoas de outras línguas, muitos não conseguiam mais falar a verdadeira língua hebraica. Alguns deles, disse Neemias, ‘falavam a língua de Asdode’. Veja Neemias 13.23-27. Ele ficou perturbado porque sabia que tais condições impediam a unidade do povo de Deus nos seus esforços para adorar e servir a Deus. A situação suscitou denúncias severas e acusações severas ao povo.
“A linguagem asdódica é sempre uma indicação verdadeira das influências denominacionais em nossas mentes. Os termos ‘reverendo’, ‘doutor’, ‘pastor’ e até ‘presbítero’ (quando aplicados ao pregador) são exemplos de tal linguagem. Convivemos de perto com aqueles que usam esses termos e muitos irmãos inadvertidamente adotaram esses termos em seu próprio discurso. Nossa pregação contra esses termos ainda não conseguiu impedir seu uso. [Hoje, ouvimos pouca ou nenhuma pregação contra isso. E aqueles que o falam e escrevem contra seu uso são considerados ultrapassados e fora de sintonia com a realidade, ─HF]. O uso da frase ‘Igreja de Cristo’ dá outra oportunidade de ver incursões sectárias. A igreja pertence a Cristo, e certamente é permitido descreva-a como ‘igreja [congregação] de Cristo’. A igreja também é de Deus e é corretamente chamada de ‘a igreja de Deus’. Alguns sugerem que se a chamarmos de ‘igreja de Deus’, seremos confundidos com a seita moderna com esse nome. Eles sustentam que só deveríamos usar o nome ‘Igreja de Cristo’, para nos tornarmos conhecidos. Tal raciocínio indica como muitos permitiram que o sectarismo os forçasse a aceitar uma visão sectária do povo do Senhor.
“Ouvimos falar de ‘pregadores da Igreja de Cristo’, ‘funerais da Igreja de Cristo’, e muitas expressões semelhantes. Nossos amigos denominacionais ficam muito satisfeitos por usarmos tais termos para descrever aquelas coisas que nos são peculiares, em contraste com coisas que caracterizam batistas, metodistas e similares. Se falássemos de ministros do evangelho em oposição a um deles, o quadro mudaria rapidamente.
“Ocasionalmente alguém fala em termos da Igreja de Cristo ensinando certas coisas. Dizem: ‘A Igreja de Cristo ensina que o batismo é imersão’; ‘A Igreja de Cristo ensina que a música que Deus ordenou é vocal’; ‘A Igreja de Cristo ensina uma divisão correta da palavra’; ou ainda: ‘A Igreja de Cristo ensina contra o mundanismo’. Este também é um discurso sectário. É verdade que os irmãos da igreja deveriam ensinar, mas o ponto esquecido é que a autoridade não é investida na igreja. Simplesmente ensinamos o que é ensinado na palavra de Deus. Caso contrário, tornaremos a igreja tão sectária quanto outros grupos. Com tal visão, não poderíamos ter motivos para protestar contra a falácia básica do Catolicismo Romano, que sempre defendeu a autoridade da Igreja. Nosso discurso asdódico nos trai.”
Como o irmão Dixon estava certo há mais de 60 anos! E, no entanto, o problema só se tornou mais pronunciado com o passar do tempo.
O irmão Hugh é um obreiro idoso, mas continua pregando a Palavra e escrevendo seu periódico por email: “Hugh’s news and views”. O artigo acima foi extraído do último número desse.
4 Comments
Como é confortante saber que existe outros irmãos que se importam com estas coisas. Louvado seja Deus, e obrigado irmão Randal.
Ola amado irmão aqui que lhe escreve é o irmão Marcos Nunes de Campinas, São Paulo
Sou da congregação do bairro no campo grande ótimo estudo queria me aprofundar mais sobre esse assunto
Obrigado, irmão, pelo comentário. Fique como assinante do site, teremos muito mais sobre o assunto.
Glórias a Deus!!! Excelente artigo, e grande regojizo em saber que tem outros irmãos que compartilham também desta preocupação.
Infelizmente já presenciei alguns irmãos com comentários sectaristas.
Irmão Bruno Chagas – Igreja de Cristo Ouro Verde – Campinas/SP