Ano da verdade: Tiago 1.18

Breve comentário sobre um texto que menciona o tema da verdade.

A cada ano escolho um tema para ressaltar, sempre que possível, no meu ensino. É algo pessoal, não imponho em ninguém. O tema me ajuda a evitar cair nos mesmos assuntos e incentiva a exploração da vastidão da Palavra do Senhor.

O ano de 2024 é para mim o Ano da Verdade. Sempre tive também o costume, tanto quanto possível, de escolher versos bíblicos que tratam do tema para fazer reflexões.

Abaixo, umas reflexões sobre Tiago 1.18, escritas esta manhã. Estas servem de certa forma como comentário bíblico.

“Por sua decisão ele nos gerou pela palavra da verdade, a fim de sermos como que os primeiros frutos de tudo o que ele criou” Tg 1.18 NVI.

Por sua decisão. A vontade eterna traçou um plano, um projeto, estabeleceu um propósito. Deus não age por instinto, por emoção, por impulso, mas sim conforme sua bondosa vontade. Aqui, Tiago indica também a iniciativa divina, sem a qual nada disso seria possível.

Ele nos gerou. A Bíblia utiliza a figura da reprodução para descrever a nova relação que Deus estabelece com os homens. Ver, por exemplo, Jo 1.12-13; 3.1-8; Gl 4.29; 1Pe 1.3, 23; 1Jo 2.29. Assim, Deus é Pai. Cp. Tg 1.17. Uma das grandes e mais extensas figuras bíblicas é o povo de Deus ser família (filhos) dele e nós sermos irmãos, pois todos fomos por ele gerados.

Pela palavra da verdade. Deus escolheu o meio pelo qual realizaria o novo nascimento. Não foi uma imagem, um vídeo, um sonho, nem sinal miraculoso. Por meio da comunicação Deus revelou o caminho. Esta comunicação tem o caráter da verdade, Ps 19.9; 119.160; Jo 8.31-32. Esta palavra deve ser ouvida, recebida com fé e obedecida de forma completa. O irmão Charles Box escreveu: “Devemos tirar o pecado do nosso coração e colocar a palavra de Deus em nosso coração se quisermos ir para o Céu”. Encontramos sua palavra hoje na Bíblia.

A fim de sermos. Deus não faz nada de forma aleatória. Toda palavra dele e todo ato seu visam um objetivo. Ele sempre fala e age conforme seu propósito eterno.

Primeiros frutos. A figura muda de reprodução para a agricultura. Os primeiros convertidos numa região eram chamados de primícias, ou primeiros frutos. Aqui, porém, pode se referir ao destaque que o Senhor deu à humanidade. Ela é seu interesse especial. Cp. Hb 1.5-14; 2.5-9, 16.

De tudo o que ele criou. Se aqui Tiago visa a humanidade, em vez de todas as coisas criadas (cf. Mc 16.15), então as primícias que somos indicam que Deus espera mais frutos ainda entre as pessoas. As primícias oferecidas em sacrifício a Deus na antiga aliança eram sinal de que toda a safra pertencia a ele. “Deus não queria que o evangelho parasse conosco. Deus quer que sejamos um veículo através do qual outras pessoas possam ouvir as Boas Novas” (Draper, citado em M. Dunagan).

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