A ação do amor

O amor age, porque o Deus que é amor é Deus que age.

Em 2021, um autor publicou um livro sobre o caminho do amor, no qual deu sete ações-chave. Elas são: 1. Vire. 2. Aprenda. 3. Ore. 4. Adore. 5. Abençoe. 6. Vá. 7. Descanse.

Ele as chamou de práticas espirituais para fortalecer a pessoa na sua jornada com Jesus.

Não li o livro, mas a lista é boa. Lembra-me do meu livro escrito em 2018: 52 ações do discípulo de Cristo. Neste, tratei da maioria destas sete ações e muito mais.

O NT está repleto de ação. O amor age, porque o Deus que é amor é Deus que age. Em 1952 o teólogo G. Earnest Wright escreveu sobre o Antigo Testamento nestes termos, dando ao seu livro o título: O Deus que age (São Paulo: ASTE, 1967). Ele disse que temos que pensar em Deus não somente como aquele que fala, mas aquele que “executa seus propósitos na História” (pág. 13)./1

A tradução de 1Pe 2.9 pela NTLH é corretíssima: “Vocês foram escolhidos para anunciar os atos poderosos de Deus, que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz”. (Ver VFL também: “obras maravilhosas”.) A palavra “virtude” neste verso foi usada na antiguidade para se referir às obras de Deus./2

Quando lemos a Bíblia, descobrimos que ela nos leva a praticar atos específicos, diferente da opinião dos da “igreja emergente”, influenciada pelo pós-modernismo, que acham que qualquer ação vale para Deus. Segundo eles, o importante é fazer alguma coisa. Condena a cristandade histórica por sua falta de ação./3

Por outro lado, os protestantes (dos quais os evangélicos fazem parte) acham errado fazer a pergunta: “O que devo fazer para ser salvo?”. Sua doutrina da fé somente para a salvação os impedem de levar a sério a ação como algo necessário para se salvar e para se manter salvo. Contudo, toda vez que alguém fez pergunta semelhante no Novo Testamento, não recebeu repreensão, mas sim instrução.

Longe dos filipenses, Paulo insistiu: “ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor” Fp 2.12. Tiago escreveu que “a perseverança deve ter ação completa” Tg 1.4. Pedro fala repetidamente sobre a necessidade de “fazer o bem” e “fazer a vontade de Deus” 1Pe 2.12, 14-15, 20; 3.6, 11, 13, 17; 4.2, 19. Foi assim que ele descreveu o Senhor:

(…) Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, e como ele andou por toda parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo Diabo, porque Deus estava com ele. At 10.38.

Convém lembrar que o bem é definido por Deus e não pelo ser humano. Assim, voltamos ao ponto acima: a Bíblia define quais ações devemos praticar.

Paulo deu graças a Deus pelos tessalonicenses “porque a fé que vocês têm cresce cada vez mais, e muito aumenta o amor de todos vocês uns pelos outros” 2Ts 1.3. Estes ficaram evidentes especialmente na sua perseverança sob as perseguições que passavam, v. 4. Certamente, é uma boa oração para que aumentem o nosso amor e o de nossos irmãos.

O amor une toda ação dentro da vida do discípulo de Cristo. “Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito” Cl 3.14. Sem ele, nenhuma ação tem sentido ou eficácia, 1Co 13.1-3.

Qual o grau do seu amor para com Deus, para com a família da fé e para com os de fora?

“Façam tudo com amor” 1Co 16.14.


  • 1/ Em 1957 ele escreveu com R.H. Fuller o livro: The book of the acts of God.
  • 2/ Ver “Anunciar” em 52 ações do discípulo de Cristo (Projeto Alcance, 2018): 57.
  • 3/ Para o contraste entre a igreja emergente e a igreja bíblica, ver o livro que co-editei com Barbara A. Oliver: The right kind of Christianity (Forthright Press, 2016).
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