Ele se voltou para as Escrituras

POR BARRY NEWTON ─ Durante a Segunda Guerra Mundial no Pacífico Sul, um jovem estava no convés do USS Appalachian, um navio-chefe disfarçado, onde observou projéteis de guerra golpeando ilha após ilha, destruindo suas florestas em detritos orgânicos. Então os fuzileiros navais invadiam. Eventualmente, o cheiro mais repugnante que ele já experimentou chegaria às suas narinas ─ a queima de cadáveres humanos.

O coração desse jovem lhe disse que devia haver algo mais na vida do que aquilo que experimentamos. Tinha que haver mais. Assim, a semente foi plantada para a jornada de meu pai.

Após o fim da guerra, ele se viu de volta à Nova Inglaterra, onde perseguiu sua busca a sério. Ele sabia que diferentes denominações ensinavam ideias concorrentes e até mesmo contraditórias. No entanto, todas concordaram em um detalhe. A Bíblia era a palavra de Deus. Este seria o seu ponto de partida.

Quando ele era criança, sua família frequentava os cultos apenas algumas vezes por ano. Eles eram congregantes de uma tradição liturgia da "igreja alta". Enquanto devorava a leitura de sua Bíblia, decidiu voltar às raízes da infância. Tornou-se membro da denominação de seus pais. Seu estudo bíblico continuou.

Pelo que entendi, não demorou muito para ele ver discrepâncias entre o que a tradição ensinava e praticava com o que ele via nas Escrituras. Sendo a pessoa que era, ele perguntou à liderança por que as práticas e doutrinas da denominação eram diferentes do que ele lia na Bíblia. Insatisfeito com a resposta, ele decidiu seguir em frente.

Ele encontrou outra denominação cujos ensinamentos se alinhavam com as Escrituras nas questões onde a primeira havia falhado. Porém, com o tempo e mais estudo, mais uma vez notou divergências. E mais uma vez, a explicação de por que eles não estavam em conformidade com as Escrituras o deixou insatisfeito.

Este mesmo processo se repetiu uma terceira vez. Ele deixou uma terceira denominação. Seu desejo voraz de entender a palavra de Deus permaneceu inabalável.

Desta vez, ele descobriu uma denominação que imergiu os crentes. Ele reconheceu isso como sendo um passo adicional em relação ao que lia nas Escrituras. Depois de ingressar neste grupo, seu zelo o levou a distribuir panfletos nas ruas da cidade de Nova York. Se as pessoas estivessem dispostas, ele falaria com elas sobre Deus.

Embora este grupo se conformasse com os ensinamentos e práticas bíblicas mais do que as anteriores, com o tempo ele se desiludiu. Eles também falharam em se alinhar com o que ele viu prescrito nas Escrituras. Foi nessa época que um amigo que sabia da paixão de meu pai por seguir a palavra de Deus insistiu que ele conversasse com um senhor chamado E. J. Summerlin.

Ele estava cético. Ele já havia se decepcionado tantas vezes. Ele chegou à reunião com uma lista de perguntas preparada. Essas questões giravam em torno dos pontos de divergência entre o que a Bíblia ensinava e o que ele havia experimentado em quatro denominações.

A cada pergunta, E.J. respondia: “Abra sua Bíblia neste texto. Leia-o e diga-me o que diz".

Ao explicar a E.J. o que o texto ensinava, E.J. diria: "Bem, essa é a sua resposta".

Independentemente da pergunta, a resposta de E.J. permaneceu a mesma. Leia o texto. Explique. Essa é a sua resposta.

Surgiu um ânimo cauteloso. Mais reuniões com mais perguntas ocorreram. Ele não estava mais ouvindo raciocínios bem-intencionados e sofisticados que conflitavam com as Escrituras. A empolgação e a convicção cresceram até que ele finalmente exclamou: "Encontrei a igreja descrita na Bíblia!"

Seja o próprio estudo que o levou a concluir que Deus quer que confiemos em Cristo com imersão com o propósito de remissão de nossos pecados a Cristo ou seja E.J. que pediu a ele para explicar textos como Atos 2.38 e 22.16, ele resolveu ser batizado pela remissão de seus pecados. Nenhuma das denominações praticou ou exigiu isso para ser membro.

Esta história não é para glorificar meu pai. Portanto, não citei o nome dele. Da mesma forma, não se trata de falar mal das quatro denominações às quais ele se juntou. Elas também permanecem sem nome. Em vez disso, esta é uma história sobre o que pode acontecer quando as pessoas são levadas a descobrir como servir, viver e adorar a Deus como ele deseja.

Papai queria ancorar sua vida em Deus e em Cristo. Ele queria adorar, servir, congregar e viver como Deus desejava. Ele se recusou a confiar nas boas intenções de outros ou nas autoridades religiosas humanas. Em vez disso, ele se voltou para as Escrituras, para aprender como agradar a Deus e confiar em Cristo.

E agora, vamos ao fim da história. Ao visitar sua cidade natal, New Bedford, no estado de Massachusetts, ele ensinou, batizou e iniciou uma congregação. Embora tivesse trabalhado após a guerra como técnico dentário em Flushing, no Nova York, ele agora acrescentava, nos fins de semana, o papel de pregador autodidata em Massachusetts, Nova York, e Nova Jersey.

Em Dover, no Nova Jersey, ele conheceu e se casou com minha mãe, que fazia parte de uma igreja do Movimento Exodus, duma faculdade cristã. Com o tempo, papai se tornou missionário na Austrália e também pregador em vários estados.

Meu pai morreu convencido de que, se alguém realmente quiser adorar e servir a Deus conforme descrito na Bíblia, encontrará o que procura. É possível conhecer o que Deus deseja de nós. É uma questão do que mais valorizamos.

Por causa dos valores e ideais da igreja de Deus para restaurar a fé e a prática da Bíblia, não me surpreende que meu pai não precisava mudar para outro grupo. A adoração, as práticas e os ensinamentos que ele via nela estavam alinhados com o que ele lia nas Escrituras.

Uma pergunta que posso fazer é: Meu pai teria ficado no grupo onde você adora?

Barry é autor do livro: Deixe que os livros falem, publicado em 2022 pelo Projeto Alcance.