Somos irmãos

Nota: Este artigo é o terceiro na série a respeito da saudação de Paulo aos colossenses, chamando-os de “santos e fiéis irmãos em Cristo”.

Os santos desfrutam entre eles um relacionamento de irmãos, por pertencerem todos à família de Deus. O termo “irmãos” tem vários usos dentro do Novo Testamento.

#1. Natureza de relacionamento. Depois da saudação, Paulo utiliza o substantivo “irmãos”, no plural, apenas uma segunda vez na carta aos colossenses, no final:

Saudai os irmãos de Laodiceia, assim como Ninfa e a igreja que se reúne em casa dela. E quando esta carta tiver sido lida entre vós, fazei com que seja lida também na igreja de Laodiceia. Colossenses 4.12-13 CAP.

Paulo estava num local, provavelmente na prisão em Roma, escrevendo aos irmãos em Colossos e menciona os irmãos na cidade de Laodiceia, cidade próxima aos remetentes da carta. Ninfa podia ser uma irmã (ou irmão, pois o nome também é para homem) em cuja casa se reunia a congregação, ou uma das congregações, de Laodiceia. Escrevendo dessa forma Paulo naturalmente reconhece o elo que todos tinham como parte da grande irmandade, ou família da fé.

Como Jesus indicou no seu discurso duro contra os religiosos em Mateus 23, proibindo títulos de destaque, todos os discípulos são irmãos, v. 8. Ele estabeleu assim uma igualidade entre todos e extinguiu uma vez por todas qualquer ideia de hierarquia entre os seus seguidores. O apóstolo João, por exemplo, se identificou no início do Apocalipse como “o seu irmão e companheiro na perseguição” 1.9.

#2. Palavras de afeição e comunhão. Dentro de Colossenses, Paulo menciona três obreiros utilizando o termo “irmão”, no singular: um no início da carta e os dois outros no final: Timóteo, como “o irmão”, Tíquico, como “o irmão amado” e Onésimo como “fiel e amado irmão” Colossenses 1.1; 4.7, 9 NVI. Além de sentir para com eles um apreço especial, eles eram obreiros e cooperadores na obra do Senhor. O apóstolo tinha com eles comunhão em Cristo e na sua missão.

#3. Base de apelo. Embora Paulo não faça isso na carta aos colossenses, é comum ele fazer apelos utilizando a palavra ou frase: “(meus) irmãos”. Um dos textos mais bem conhecidos é Romanos 12.1:

Portanto, meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus.

Temos Cristo em comum. Deus é nosso Pai. Compartilhamos os mesmos valores, cremos na verdade do evangelho e promovemos a Reino de Deus.

Comprometemo-nos uns aos outros no amor fraternal. Ajudamos uns aos outros na caminhada até a eternidade. A nossa convivência familiar nos permite chamar uns aos outros de irmãos e de incentivar-nos uns aos outros nessa mesma base.

Novamente, em Romanos 16.17-18, Paulo termina essa carta com outro apelo no meio de grandes desafios:

Meus irmãos, peço que tomem cuidado com as pessoas que provocam divisões, que atrapalham os outros na fé e que vão contra o ensinamento que vocês receberam. Afastem-se dessas pessoas porque os que fazem essas coisas não estão servindo a Cristo, o nosso Senhor, mas a si mesmos. Por meio de conversa macia e com bajulação, eles enganam o coração das pessoas simples.

Quando aparecem ameaças ao nosso amor e unidade, queremos naturalmente alertar aos irmãos que tanto amamos.

Em Gálatas 4.2 Paulo faz outro apelo utilizando o vocativo “irmãos”, para uma ação que muitos considerariam surpreendente:

Meus irmãos, peço que sejam como eu. Afinal eu sou como vocês, e vocês não me ofenderam em nada.

Os irmãos que imitam a Deus Pai e ao Filho Unigênito servem também de bom exemplo para os demais. Na família de Deus, cada um tem diferentes dons, mas os valores, atitudes, propósitos e ambições são os mesmos.

O que não existe no mundo está presente na comunidade dos santos. Somos todos irmãos.

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