A igreja de Deus não é exclusivista. Para entrar e participar do povo de Deus ela não faz restrições baseadas em classe, raça, riqueza, educação formal ou beleza. Ela não estabelece regra nenhuma, pois a ela não pertence o direito de fazê-lo. Não pode existir dentro dela nenhum tipo de discriminação, acepção de pessoas ou preferências baseadas em critérios humanos. (Ver, por exemplo, Tiago 2.1-13.) Todos são bem-vindos.
Jesus estabeleceu termos de entrada e de participação, isso sim. A fé e a obediência são condições do início ao fim. Tudo é pela graça. A salvação é uma dádiva. Nenhuma pessoa merece nada. Mas é necessário responder corretamente à Boa Nova para receber a graça de Deus.
A igreja não é exclusivista, mas ela pertence exclusivamente a Deus. O apóstolo Pedro a descreve dessa maneira:
Mas vocês são a raça escolhida, os sacerdotes do Rei, a nação completamente dedicada a Deus, o povo que pertence a ele. Vocês foram escolhidos para anunciar os atos poderosos de Deus, que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz. 1Pedro 2.9 NTLH.
Várias versões bíblicas traduzem a frase em negrito acima como “o povo exclusivo de Deus”. A frase lembra a descrição do povo de Israel no Antigo Testamento. No seu discurso de despedida, Moisés lembrou os israelitas:
Pois vocês são o povo escolhido pelo SENHOR, nosso Deus; entre todos os povos da terra ele escolheu vocês para serem somente dele. Deuteronômio 7.6.
Ver também Deuteronômio 14.2. Deus queria glorificar seu nome em toda a terra por meio do seu povo. Queria que o povo servisse “como a luz da salvação que darei aos outros povos” Isaías 42.6. Para abençoar a todas as nações, o povo de Deus tinha de pertencer exclusivamente a ele.
Israel perdeu seu lugar como o povo de Deus, Mateus 21.43. O Reino de Deus com seus chaves foi dado à igreja, que Jesus estabeleceu, Mateus 16.18-19. Como o povo que pertence a Deus agora, à igreja foi dada a grande tarefa de ser luz para o mundo, Mateus 5.1-16, por viver na bem-aventurança de Deus. Essa luz brilha por meio de “anunciar os atos poderosos de Deus” 1Pedro 2.9. Isso porque:
Antes, vocês não eram o povo de Deus, mas agora são o seu povo; antes, não conheciam a misericórdia de Deus, mas agora já receberam a sua misericórdia. v. 10.
Jesus e seus apóstolos distinguiram claramente entre os que eram do povo de Deus e os que não o eram. A religião (e nem a religiosidade) não significava inclusão no novo povo e não serve como o bilhete de entrada hoje. No sermão do monte Jesus deixou claro isso por meio de um contraste forte, especialmente em Mateus 5.20: “Pois eu afirmo a vocês que só entrarão no Reino do Céu se forem mais fiéis em fazer a vontade de Deus do que os mestres da Lei e os fariseus”. Ele definiu a fidelidade maior como a obediência a todos os mandamentos e o ensino completo destes, v. 19. Não se pode fazer como os religiosos que escolhiam quais mandamentos queriam guardar.
No lugar de mestres da Lei e os fariseus, mencionados no v. 20, é possível inserir pastores, profetas, padres e clérigos das hierarquias religiosas de hoje. O Corbã ainda está muito em uso hoje, Marcos 7.10-12. Quer dizer, as desculpas e justificativas religiosas continuam em moda. O homem inventa maneiras, que ele identifica como dedicação a Deus, que nada mais são do que jeitinhos para evitar a obediência.
A palavra de Jesus é, e no juízo final será, o nosso juiz, João 12.47-48. Quem a obedece está “dentro”; quem não a obedece está “fora”, tanto hoje em relação ao povo de Deus no presente, como no juízo final em relação à vida eterna, Lucas 13.25-30; Apocalipse 22.15.
Os partidos judaicos se colocaram fora do Reino pelas suas práticas e ensinamentos.
- Os saduceus rejeitaram boa parte das Escrituras e buscavam o poder.
- Os fariseus foram muito além do que estava escrito para estabelecer a sua justiça.
- Os herodianos eram aliados dos saduceus na promoção dos costumes gregos e das leis romanas.
- Os zelotes partiram para o conflito armado como solução para a independência judaica.
- Os essênios (não mencionados no Novo Testamento) fugiram do mundo mau e estabeleceram uma comunidade no deserto para desenvolver a sua santidade.
Os partidos religiosos de hoje são semelhantes aos judaicos. Cada um tem seus princípios que fogem de uma leitura exata das Escrituras. Cada um tem suas regras, seus chefes e organizações, seus nomes distintos, suas particularidades que nada têm a ver com o ensino de Jesus. Estes partidos também se colocam fora do Reino e, embora se chamem de “igreja”, nada têm em comum com aquela que Jesus estabeleceu.
Por isso, é necessário voltar à palavra de Cristo para ser o povo dele.
Pelo lavar regenerador da imersão na água é que o Espírito de Deus nos dá a nova vida em Cristo, Tito 3.4-7. A nossa recepção da Boa Nova nos torna seu povo, bem como a nossa permanência na palavra de Cristo.
Foi ele quem se deu a si mesmo por nós, a fim de nos livrar de toda maldade e de nos purificar, fazendo de nós um povo que pertence somente a ele e que se dedica a fazer o bem. Tito 2.14.
Faça parte você do povo que pertence ao Senhor.
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