Salmo 25: um acróstico com irregularidades

A leitura do livro dos Salmos no mês de junho começa hoje com o Salmo 25. O plano de leitura para hoje, quinta-feira, são os Salmos 25-30.

O Salmo 25 é um acróstico (22 versos, o número do alfabeto hebraico!) com algumas irregularidades.

O comentário Oxford oferece esta estrutura ao salmo:

A forma acróstica tende a isolar os versículos individuais e é difícil discernir uma estrutura geral. Em termos gerais, vv. 1-7 são uma oração por ajuda, orientação e perdão; vv. 8–15 são reflexões sobre o caráter de Deus e a bem-aventurança daqueles que o servem; e vv. 16-21 são orações adicionais por libertação, com o v. 22 expandindo a lamentação principalmente individual em uma oração pela nação.

Quanto ao formato de acróstico, o comentarista Peter Pett observou:

Uma lição que esse arranjo nos traz é que aqueles que escreveram a palavra inspirada o fizeram tanto com transpiração quanto com inspiração. Deus trabalhou através de suas habilidades artísticas para produzir sua palavra. Assim, não eram apenas canais passivos, eram participantes ativos. Qualquer visão de inspiração que não leve isso em conta é, portanto, falsa.

O comentário Oxford observou que a confissão de pecado é rara no livro dos Salmos, e isso torna a confissão nos vv. 7 e 11 mais notável ainda.

Quanto aos detalhes de conteúdo o comentarista David Fleming analisa o salmo em maior detalhe:

“Nas circunstâncias angustiantes que rodeiam este salmo, David está preocupado que os seus inimigos não triunfem sobre ele. Isto não é apenas para salvá-lo da vergonha pessoal, mas também para salvar a sua fé de ser abalada. Os rebeldes, e não os fiéis, são os que deveriam ser derrotados (1-3). Davi quer conhecer mais de Deus e de seus caminhos, para que em todos os assuntos da vida ele faça o que é certo (4-5). Se os pecados passados ​​são a causa dos seus problemas presentes, ele ora para que Deus, em sua misericórdia e amor, os perdoe (6-7). Ao pensar na bondade de Deus para com os pecadores humildes e arrependidos, Davi é encorajado a acreditar que Deus o perdoará. Mais do que isso, Deus o conduzirá a uma vida de compreensão, obediência e fidelidade mais verdadeiras (8-11). Quanto mais as pessoas reverenciam e obedecem a Deus, mais elas descobrem que Deus é seu amigo. Eles conhecem mais de Deus e estão mais seguros de sua salvação (12-14). No perigo atual, David está solitário e com medo. Mas ele mantém os olhos fixos em Deus, confiando somente nele para obter ajuda (15-17). Ele pede novamente perdão dos seus pecados e libertação dos seus inimigos (18-21). Ele pede também que Deus salve a nação dos seus problemas. Se ele pode ser o salvador do indivíduo, certamente pode ser o salvador da nação (22)”.

Hoje a “nação” de Deus é a igreja, 1Pe 2.9. Nossas orações devem se concentrar na salvação e no crescimento da família da fé. Fácil é criticar as falhas e os desvios da igreja; necessário é interceder sempre por ela.

Por duas vezes neste salmo, a Nova Bíblia viva traduz o verbo normalmente vertido como “temer” por “obedecer”, vv. 12, 14, numa tentativa de explicar a natureza do temor de Deus. Embora elimine a parte emocional saudável do sentido do verbo, a versão não está totalmente infeliz nessa prática, pois o temor é o que leva à obediência (ver nosso ensino sobre o arrependimento), tanto no Antigo Testamento como no Novo.

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