POR VALDIR JOSÉ DA SILVA ─ “Sê fiel até a morte”, além de ser parte de Apocalipse 2.10 é um hino que cantamos após os batismos nas congregações em Guarulhos.
Mais desafiador do que confessar Jesus como Senhor é permanecer fiel a esta confissão, como Abraão, chamado por Deus aos 75 anos e fiel a ele por 100 anos.
“Abraão viveu cento e setenta e cinco anos. Morreu em boa velhice, em idade bem avançada, e foi reunido aos seus antepassados” Gn 25.7-8.
A boa velhice, ou ditosa velhice (ARA), significa não somente começar bem, mas, principalmente, terminar bem a carreira espiritual. Como terminar bem?
1. Nunca tirar os olhos de Jesus, Hb 12.1-2
Por que celebramos a ceia do Senhor? Porque ali é mostrada a miséria de onde fomos tirados. Precisou Jesus morrer na cruz para pagar um preço impossível de pagarmos.
O livro de Hebreus diz que Jesus é o Autor e Consumador de nossa fé – começa nele e termina nele. Podemos ficar desanimados ao olhar os nossos próprios pecados, os pecados dos outros, os problemas da vida – não é fácil viver neste mundo violento e injusto. Mas podemos olhar para as Palavras de Jesus: “E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” Mt 28.20.
2. Levar a sério o diabo e o pecado, Hb 12.4
Sem a ajuda de Deus somos frágeis, fracos nas garras do diabo. Lá no QG do diabo há uma placa com a minha e sua foto: “Procura-se. De preferência, morto!”
Sim, o pecado é algo sério, não podemos dar brecha. É aquela diversão sem importância. É aquele pecadinho que não vai prejudicar. Tudo o que Deus chama de pecado, é pecado e pode levar-nos ao inferno.
Vivemos uma luta de vida e morte contra o pecado, Hb 12.4, e Satanás não brinca em serviço: é astuto, é perigoso, quer nos fazer mal.
Sim, o diabo existe, está agindo e precisamos vigiar e resistir às investidas dele, Tg 4.7-8.
3. Reconhecer e confessar as fraquezas, Tg 5.16
Esta frase me acompanha: “Oro para que Deus não permita que meu coração fique cheio de incredulidade e eu abandone a ele”.
Sim, em Cristo nascemos de novo, somos novas criaturas, temos a habitação do Espírito—mesmo assim, somos seres humanos portadores de uma natureza decaída—assim, precisamos vigiar.
Alguém já disse: “Quanto maior a altura, maior a queda”. Grandes homens caíram quando estavam no topo em suas vidas com Deus. É só pensar nos exemplos da Davi, Pedro, entre outros. Fico com medo quando vejo uma pessoa muito cheia de santidade, de perfeição. Penso: “Isto não vai acabar bem”.
Alguns de nós preferem viver uma vida secreta, não confiam, não confessam e por isso caem. A Bíblia nos incentiva a reconhecer e confessar nossos pecados não somente a Deus, mas uns aos outros, 1Jo 1.7-10.
4. Utilizar as armas dadas por Deus, Ef 6.10-12
Não podemos ser ingênuos, estamos numa guerra espiritual e, desarmados, somos presas fáceis.
Quais são as armas de Deus? A sua Palavra, lida e meditada diariamente, a oração orada todos os dias, o poder do Espírito Santo. Como é difícil perseverar em oração, é uma verdadeira guerra num mundo cheio de atividades e compromissos.
Respondamos: quantos dias alimentei-me da Palavra esta semana? Quantas vezes parei para falar com o Senhor?
5. Entender que fora da igreja não há vida, Mt 16.18
Alguém enfraquecendo na fé, o primeiro sintoma é o desânimo em estar com os irmãos, em participar das reuniões e em servir, é começar a criticar todos. Cuidado! É arma do diabo para afastar-se da fortaleza de Deus.
A igreja é fortaleza para proteção—contra as setas do diabo, encontramos no carinho, nos conselhos dos irmãos, na palavra pregada, antídoto contra o mal.
A igreja é fortaleza que nos cura—da arrogância, do orgulho, do complexo de inferioridade, de nossas neuroses—somos pacientes do único médico, Jesus Cristo.
A igreja é fortaleza que nos protege do mal—podemos criar melhor nossos filhos, ter uma família mais estabilizada, ter em casamento melhor.
A igreja é fortaleza que ataca as forças do mal e tira os que lá estão prisioneiros—“tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz” Ef 6.15. Quando pregamos, somos os mais abençoados.
A igreja é fortaleza onde servimos com nossos dons—quer ficar firme? Sirva? Seja um voluntário na obra de Deus!
Conclusão
Abraão morreu aos 175 anos em abençoada velhice. Não sabemos quanto tempo viveremos, mas que cheguemos vitoriosos, pois nunca tiramos os olhos de Jesus, levamos a sério o diabo e o pecado, reconhecemos e confessamos nossas fraquezas, utilizamos as armas dadas por Deus e ficamos firmes, ligados ao reino de Deus aqui na terra, valorizando e servindo uns aos outros.
Assim jamais seremos derrotados e seremos fiéis ao Senhor. Até a morte.
Valdir trabalha na Tribunal da Justiça em Guarulhos há décadas e foi um dos irmãos que começaram a congregação no bairro dos Pimentas. Ele é editor do boletim informativo mensal, “Amo Jesus”, e colunista da revista Edificação, da qual este artigo foi extraído.