Nota: Este artigo é o segundo de quatro. Todos poderão ser acessados pela etiqueta: mudar a igreja.
#2. Começando pela minha congregação
Iniciar mudanças positivas na minha própria congregação significa que mostrarei nela atitudes positivas e transformadoras. Quais são estas? Vamos mencionar quatro.
A. Amor fraternal
Este amor participa da mesma qualidade do amor de Deus e de Cristo pelo seu povo. É atitude e não sentimento. É sacrifício e não conveniência.
O amor é honesto, transparente, dedicado e desprendido. O capítulo de 1 Coríntios 13 descreve bem o amor fraternal:
Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas. Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor é eterno (versos 4-8a NTLH).
Paulo escreveu esse capítulo para incentivar a congregação em Corinto ao amor fraternal. Merece leitura frequente também em nossas congregações, bem como sua prática constante.
B. Promoção da unidade
Jesus orou pela unidade dos seus seguidores, João 17. Paulo o exigiu dos coríntios, 1 Coríntios 1 — 4, e mostrou as bases dela, Efésios 4.4-6, dadas pela Espírito Santo. Pessoas facciosas devem ser sumariamente rejeitadas, isto é, excluídas, Romanos 16.17-20; Tito 3.10-11; Judas 19.
A unidade é um dos grandes valores do Reino e bênçãos dadas por Deus. Justamente por isso é que os facciosos são logo cancelados. Para os santos valorizarem a unidade, Paulo escreveu:
Por isso eu, que estou preso porque sirvo o Senhor Jesus Cristo, peço a vocês que vivam de uma maneira que esteja de acordo com o que Deus quis quando chamou vocês. Sejam sempre humildes, bem-educados e pacientes, suportando uns aos outros com amor. Façam tudo para conservar, por meio da paz que une vocês, a união que o Espírito dá. Efésios 4.1-3.
Não pode ser ignorada a ênfase dada pelo NT ao amor, ao perdão, à transparência e ao serviço uns aos outros.
É uma das grandes virtudes do cristão a “amizade cristã”, ou fraternidade, 2 Pedro 1.7. O termo original, philadelphia, indica que, além do amor sacrificial, os cristãos desenvolvem entre elas uma afeição verdadeira.
Um exemplo disso é a palavra de Paulo em Romanos 12. Que o leitor repare com especial atenção os versos 9-18:
Que o amor de vocês não seja fingido. Odeiem o mal e sigam o que é bom. Amem uns aos outros com o amor de irmãos em Cristo e se esforcem para tratar uns aos outros com respeito. Trabalhem com entusiasmo e não sejam preguiçosos. Sirvam o Senhor com o coração cheio de fervor. Que a esperança que vocês têm os mantenha alegres; aguentem com paciência os sofrimentos e orem sempre. Repartam com os irmãos necessitados o que vocês têm e recebam os estrangeiros nas suas casas.
Peçam que Deus abençoe os que perseguem vocês. Sim, peçam que ele abençoe e não que amaldiçoe. Alegrem-se com os que se alegram e chorem com os que choram. Tenham por todos o mesmo cuidado. Não sejam orgulhosos, mas aceitem serviços humildes. Que nenhum de vocês fique pensando que é sábio!
Não paguem a ninguém o mal com o mal. Procurem agir de tal maneira que vocês recebam a aprovação dos outros. No que depender de vocês, façam todo o possível para viver em paz com todas as pessoas.
É na congregação no seu local que o discípulo terá condições de demonstrar por meio de uma convivência íntima as mudanças que outros poderão imitar e retribuir.
C. Evangelização
Tendo ou não o dom do evangelismo, preciso contribuir com o cumprimento da missão que Jesus deu a igreja como um todo: salvar os perdidos.
Li a respeito de um irmão que morreu em setembro de 2025 aos 92 anos de idade. Trabalhou durante anos na Itália, um dos lugares mais difíceis de pregar o evangelho. Era homem incansável na obra de Deus. No dia anterior à sua morte, estava nas ruas indo de casa em casa para convidar pessoas para estudar a Bíblia. Aos 92 anos de idade!
Pela primeira vez em muito tempo, tive que ir recentemente ao hospital. No dia do retorno, ontem, um técnico de enfermagem mediu pressão e perguntou sobre alergias e medicamentos. Parecia um rapaz religioso, pela sua linguagem. Perguntei-lhe: “Você me parece uma pessoa de fé”. Disse que sim. No final da triagem, passei-lhe nosso cartão de visitas.
Ao conversar com a médica, ela ficou impressionada que eu estava tantos anos na obra de Deus. Conversamos sobre a fé. Convidei-a a conhecer a comunidade dos santos. Dei-lhe cartão de visita. Ela se mostrou interessada.
Todo momento é hora de compartilha a Palavra de Deus.
D. Sã doutrina
Sem o ensinamento correto que vem de Jesus Cristo, não há possibilidade de libertação do pecado, João 8.31-32. Mas os homens acrescentam, retiram, modificam, e criam tradições, teologias e credos para oficializar seus desvios da Palavra de Deus. Ver Mateus 15.
Como posso manter a minha congregação dentro da sã doutrina? Seguem três ideias.
(1) Não pensar que todo irmão convidado para ensinar na congregação continua na sã doutrina, Atos 20.29-30. É preciso fazer perguntas de todos para saber o que ensina.
(2) Não impor precipitadamente as mãos sobre algum irmão, 1 Timóteo 5.22. Seja o neófito dentro da congregação ou um irmão que chega de outro lugar, é preciso saber o que ensina e como conduz a sua vida.
(3) Consumir e divulgar obras da irmandade que mantêm uma linha clara sobre a doutrina. O ensino destas reforçará o trabalho local.
Conclusão
Mudaremos a igreja quando (1) eu começo a mudar a mim mesmo; (2) eu começo mostrando as mudanças na minha congregação. Aguarde mais dois princípios para mudar positivamente a igreja de Deus.
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