Optando pelo bem do irmão acima do meu: Junior Ponso

POR JUNIOR PONSO

Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Filipenses 2.3-4.

Paulo, escrevendo para a igreja de Filipos, nos ensina sobre algo que nossa natureza humana sempre está em guerra conosco: humildade.

Dentre todos os problemas que temos em não deixar a natureza humana aflorar e permitir que ela vença nosso dia a dia, certamente a humildade é uma de nossas mais ferrenhas lutas. Não gostamos de ser humildes pela razão de que isso já nos parece uma maneira de nos humilharmos e nos colocarmos num ponto abaixo das demais pessoas.

O mundo secular prega exatamente o contrário: temos que demonstrar força e estarmos sempre acima dos outros se quisermos “vencer na vida”. Nada de se colocar debaixo dos outros, mas sempre superior.

Cristo ensina exatamente o oposto. É o humilde aquele que ele procura. E Paulo deixa isso bem claro quando afirma que devemos considerar os outros superiores a nós mesmos e cuidar dos interesses dos outros.

Coisa difícil, não? Desafio grande. Será que queremos fazer isso?

O problema é que isso não é opcional. É condição para ser discípulo verdadeiro e não apenas um religioso, no mau sentido da palavra.

O ponto de Paulo é que na igreja, que é formada por aqueles que são salvos e fiéis a Cristo, os discípulos estarão sempre prontos a colocar o irmão em posição superior, fazendo por ele tudo aquilo que estiver a seu alcance. Algo como se eu estiver que escolher entre eu e ele, minha escolha deverá sempre ser ele.

Não disse que esse negócio é difícil? Você já se imaginou agindo sempre dessa forma?

Em que situações isso poderia ser usado? Em termos práticos, como isso funcionaria? Tem alguns exemplos passando aí por sua cabeça?

Olhando por um lado um pouco mais simples, seria talvez um bom exemplo estar sempre em contato com os irmãos para saber como eles estão indo? Como passaram o dia? Estão precisando de alguma coisa? Como posso ajudá-los de alguma maneira já que eles são mais importantes do que eu mesmo?

Será que alguns deles precisam de carona para ir até a reunião?

Numa outra vertente, será que estou orando para que meu irmão continue fiel e vencendo suas batalhas espirituais diárias? Sim, porque se ele é mais importante do que eu mesmo, preciso pedir por sua manutenção na fé. Preciso me preocupar se ele está realmente fortalecido em Cristo.

Quando, durante uma reunião da igreja, o calor está muito intenso, será que eu ofereço aquele meu lugar bem de frente ao ventilador para que meu irmão fique ali? Ou ainda, aquele irmão que sente muito calor mesmo quando não está assim tão quente, será que eu me incomodo se ligar o ventilador para ele?

Coisas banais até, pequenas para serem usadas como exemplos, mas que podem nos fazer perceber como podem ser maximizadas se realmente eu compreendo o que Paulo diz e começo a olhar para meu irmão como sendo mais importante do que eu mesmo. E, se ele também agir assim comigo, será aquilo que Jesus planejou para sua igreja, com um colocando o outro acima de si mesmo.

Ventilador, calor e carona são coisas absolutamente insignificantes quando realmente eu entendo o que é olhar para meu irmão da maneira que Jesus olhou quando esteve aqui junto de nós. Veio para nos ensinar o que é ser humilde e procurar o interesse do próximo e não o dele próprio.

Um grande professor que deseja que tenhamos aprendido essa lição. É por ela também que seremos julgados.

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