Um jornalista escreveu recentemente em um periódico do Sul artigo sobre “a diferença civilizacional entre Brasil e Estados Unidos”. Relembrou o livro de Vianna Moog, Bandeirantes e Pioneiros, volume que tenho na minha biblioteca, cuja segunda edição foi publicada em 1961. (Foto acima é do meu exemplar.) No final do artigo o autor citou Moog sobre como mudar o Brasil ou, como diz ele, como salvar a nação.
Escreveu o jornalista (e me desculpem o tamanho da citação):
O escritor propõe uma resposta simpes [sic], mas profunda: ao invés de procurar ações externas, devemos olhar para aquelas pessoas que, vivendo nessa mesma cultura, conseguiram superá-la. Os santos, diz ele, são a resposta mais concreta. Porque são justamente os que enfrentaram, por dentro, as tentações do próprio povo e as venceram no máximo grau de perfeição possível. Não por discurso, mas por prática. O santo é aquele que sofreu os vícios da sua terra, foi tentado por eles, foi prejudicado por eles – e, ainda assim, transcendeu-os. Por isso, conhecer os santos de uma nação é conhecer sua cura. É descobrir, na carne, um caminho possível. E só quando um número razoável de indivíduos começa a imitar essas biografias – mesmo que de modo imperfeito – que um país começa a mudar de verdade.
Por “santos” fica evidente que o autor se refere às pessoas nomeadas assim pelo catolicismo. Não o seguiremos nesse caminho. Mas ele está numa pista boa quanto à solução, não somente para o Brasil, mas para os EUA, e todos os países do mundo: o exemplo do povo santo de Deus.
Ele finaliza:
Essa ideia continua atual. O Brasil ou os Estados Unidos não serão salvos por projetos urbanísticos, reformas políticas ou slogans de marketing. Serão salvos por biografias virtuosas. Pela repetição, em escala individual, de vidas que decidiram caminhar contra a corrente do vício nacional. Nosso futuro depende da nossa capacidade de imitar os santos.
Traduzamos a observação para os termos bíblicos: o poder de uma única vida virtuosa tem grande influência, levando em conta suas santas ações, suas palavras graciosas, suas intercessões ao Pai celestial pela bênção da nação.
Porém, a religiosidade popular não cura o Brasil, apenas aguça o problema. A solução está no seguimento radical da palavra do Senhor, guardando à risca a Bíblia, na sua pureza e simplicidade. Todos falam bem dela, mas quem a coloca em prática?
Um fator não levado em conta pelo jornalista acima é o poder coletivo do povo santo de Deus: a família da fé, a igreja de Jesus Cristo.
Não somente as “biografias virtuosas” de discípulos fiéis, mas a convivência de cada comunidade deles nas cidades e nos seus bairros é o que terá grande impacto para mudar o Brasil. Os cristãos são o que são porque vivem como “congregações dos santos” 1 Coríntios 14.33. Nessas, o amor de Cristo se manifesta a todos, João 13.34-35.
Antes de poder “imitar os santos”, é preciso converter-se em santo, isto é, a imitação em si só não resolve, pois seria botar band-aid em cima de ferida profunda. O coração tem de ser transformado. O interior precisa ser convertido.
A conversão torna possível acrescentarmos à fé a virtude e as outras qualidades necessárias dos fiéis encontradas em 2 Pedro 1. Virtude não é apenas a bondade ou excelência moral, mas também, como escreveu J.R. Miller, “força e coragem”.
Dessa maneira, o exemplo será não somente de práticas saudáveis, mas de almas reorientadas para o celestial e o eterno. Quando ocorrer essa reorientação, tudo mudará aqui na terra, inclusive no Brasil.
Vamos começar, eu e você, a mudá-lo?
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