À beira do rio Jordão

A BÍBLIA nos permite ver a história de Deus e a sua salvação pelos olhos daqueles que participaram ao vivo dos grandes eventos do passado. O Antigo Testamento é nosso terreno do conhecimento de Deus. Os antigos nunca viram nada como a vinda do Filho unigênito, mas viram coisas que precisamos enxergar hoje.

Moisés disse ao povo de Israel, no final dos 40 anos no deserto:

Pensem hoje na grandeza de Deus e naquilo que aprenderam a respeito do seu poder e da sua força. Foram vocês, e não os seus filhos, que viram e conheceram tudo isso. Deuteronômio 11.2 NTLH.

Por mais que vejamos a grandeza de Deus na criação, nada se compara à manifestação da sua grandeza nos seus atos de justiça, juízo e redenção. Nesses, conseguimos entender as intenções divinas para conosco. Percebemos a paciência de Javé com as fraquezas humanas. E sentimos o peso do pecado quando o Santíssimo destrói os inimigos e os rebeldes, Deuteronômio 11.3-7.

Moises responsabiliza os israelitas pelo que tinham presenciado. Deviam ser motivados a obedecer aos mandamentos de Deus. No primeiro verso, Moisés os mandar amar a Deus. Não é paradoxo que a grandeza divina devia inspirar o amor.

Mas e os filhos que não observaram esses grandes atos de Deus? Como eles ficavam no plano de Deus? Perderam a bênção da experiência dos pais?

Os filhos estavam bem posicionados. Ouviriam dos pais sobre os eventos passados. Seriam ensinados sobre a grandeza de Deus e sua salvação. E a história não tinha terminado ainda. Estavam à beira de receber a promessa de Javé. Participariam da conquista da terra de Canaã. Eles veriam outras maravilhas operadas pela mão do Senhor. Ainda sentiriam os cuidados do Deus único ao serem liderados pelo Pastor de Israel.

O povo estava em momento de transição. Moisés logo morreria, Josué assumiria a liderança da nação, tinham acabado as andanças no deserto, passariam a lutar contra os povos pagãs. Esta nova etapa exige ainda a fé, uma fé provada, uma fé que enfrenta novos desafios.

O que este texto antigo nos indica?

1- É preciso pensar, e muito, sobre a grandeza de Deus. Nosso mundo conturbado nos deixaria aflitos, não fosse pelo Deus que tudo controla para sua vontade. Temos a vantagem de ter muito mais história que os israelitas à beira do rio Jordão. Temos Jesus, que nos mostrou a glória divina como nunca antes tinha sido visto, João 1.14, 18.

2- A nossa responsabilidade é grande, até maior do que o povo que vivia antes de Cristo. Temos mais história a considerar. Leia o livro de Hebreus para se ter uma ideia. “Como é que nós escaparemos do castigo se desprezarmos uma salvação tão grande?” Hebreus 2.3.

3- É preciso ensinar aos filhos sobre a grandeza de Deus. O amor dele é primordial, ao mesmo tempo que precisamos explicar com detalhes, como diz o hino: “O Senhor é grande! Aleluia!”. Não somos mais um povo segundo a carne, mas sim conforme a decisão e determinação de cada um. Queremos que todos, especialmente os nossos filhos, sejam discípulos de Cristo. É o melhor presente que podemos dar-lhes: o conhecimento da grandeza de Deus.

4- A história da salvação ainda não terminou. Jesus veio e outra vez virá. Vivemos depois da Cruz, mas ainda antes do final de todas as coisas terrestres. Entre você nessa história. Faça parte dessa jornada de fé. Junte-se ao povo escolhido, pois Cristo convida e chama.

5- Vivemos, como os israelitas naquele momento de transição, no divisor das águas. Faremos toda a vontade de Deus, ou escolheremos as partes que mais gostamos? Nossa obediência será constante e completa? Ver Deuteronômio 11.1, 26-32. É preciso de fé, mas não uma fé qualquer. Uma fé robusta, completa, de crer, confiar, conhecer os fatos e feitos de Deus.

Eu e você estamos à beira do rio também. Entraremos na terra prometida? Faremos o necessário para receber a herança guardada no Céu? Deixaremos a idolatria deste mundo para servir e amar o grandioso Deus que se manifestou no passado e, de forma definitiva, na morte do seu Filho?

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