O comentarista escocês William Barclay escreveu o seguinte texto sobre a escolha por Jesus dos Doze apóstolo no Evangelho de Marcos, no capítulo 3:
É significativo que o cristianismo tenha começado com um grupo. A fé cristã é algo que, desde o início, teve que ser descoberto e vivido numa comunhão. Toda a essência do caminho dos fariseus era que ele separava os homens de seus semelhantes; o próprio nome “fariseu” significa o separado. Toda a essência do cristianismo, porém, era que ele ligava os homens a seus semelhantes e lhes apresentava a tarefa de viver uns com os outros e uns para os outros.
Assinei recentemente um informativo sobre bons hábitos para a vida pessoal. Num email introdutório, o autor escreveu: “Nosso objetivo é criar uma comunidade de pessoas que se apoiam mutuamente nessa prática”.
O ser humano tem, pela natureza que Deus lhe deu, a necessidade da associação. Muitas comunidades são voluntárias. Podemos entrar e sair delas livremente. Mas Deus criou a igreja do seu Filho como comunidade essencial. Ao nascermos como seus filhos, somos acrescentados por ele à igreja.
É necessário definir o que é a igreja ─ pois os religiosos criaram muitas associações próprias e as chamaram de igreja. Mas elas nada têm a ver com a única igreja que Jesus estabeleceu. Não fazem parte da criação divina. Seus rituais, tradições e doutrinas pertencem a outra esfera, além da espiritual. Sua esfera é a dos fariseus, que separa as pessoas umas das outras.
O autor do informativo reconhece que, para seu trabalho, comunidade é necessária a fim de reforçar e manter os princípios que ele prega. Muito mais importante é a igreja para ela ser “coluna e apoio da verdade” 1 Timóteo 3.15. Ela existe por causa da pregação da verdade, para preservar a verdade e para divulgar a verdade. A verdade é central para sua existência e missão.
Um dos primeiros atos de Jesus foi criar um grupo. Os Doze seriam a forma embrionária da igreja. Em Atos 2, eles pregaram a verdade de Jesus e nasceu o que ele tinha prometido estabelecer.
Desde o início os seguidores de Cristo cumpriram a tarefa de viver “uns com os outros e uns para os outros”. Dentro de poucas décadas, cumpriram no seu tempo a missão de ir até aos confins do mundo e pregar a mensagem da verdade que salva eternamente. Sejamos nós esta igreja verdadeira.
