Em Atos 9.25 encontramos a única vez em que os seguidores do Senhor são chamados de discípulos de alguém além de Cristo: “Mas os seus discípulos o levaram de noite e o fizeram descer num cesto, através de uma abertura na muralha”. O pronome se refere a Saulo, recém-convertido.
Como devemos entender a frase: “seus discípulos” (grego: οἱ μαθηταὶ αὐτοῦ)?
Jesus tinha ordenado seus discípulos a fazer mais discípulos, Mateus 28.19-20, a imersão servindo para colocar as pessoas ensinadas em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Os “discípulos de Saulo” eram pessoas que tinham sido ensinadas e convertidas pelo seu esforço. No seu comentário sobre o livro de Atos, o irmão Leo Boles escreveu que eram “discípulos que Saulo tinha feito pela pregação do evangelho” (Boles 150). A versão IEB transmite exatamente este sentido: “alguns seguidores que Saulo tinha ensinado”. Lucas usou a frase comprimida para expressar essa ideia.
Não há na frase nenhum apoio para a criação de múltiplas denominações, cada uma seguindo uma linha doutrinária humana. (Por exemplo, Luterana, Wesleyana, Calvinista, etc.) Esta tendência em Corinto Paulo logo cortou na raiz, 1 Coríntios 1.10-12.
As cartas de Paulo deixam claro que ele trabalhou para estabelecer relacionamento direto entre seus convertidos e Cristo. Como escreveu aos santos em Corinto: “eu preparei vocês para apresentá-los como virgem pura a um só esposo, que é Cristo” 2 Coríntios 11.2 NAA.
A frase: “seus discípulos”, referindo-se a Saulo, é, podemos dizer com segurança, a exceção que prova a regra. Não há espaço dentro do Novo Testamento para existirem discípulos, adeptos ou partidários dos homens.
One Comment
1 Co 3
Quando, pois, alguém diz: Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é evidente que andais segundo os homens?
Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um.
Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus.
De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.