A meditação de hoje vem da coluna: PARA MEMORIZAR E PENSAR, por Valdir José da Silva, Guarulhos (SP).
Estêvão: Um obreiro que não tinha do que se envergonhar
Estêvão respondeu: — Irmãos e pais, escutem. O Deus da glória apareceu a Abraão, nosso pai, quando este estava na Mesopotâmia, antes de morar em Harã. Atos 7.2
Mas foi Salomão quem lhe edificou a casa. Atos 7.47
Sempre apreciei com admiração o conhecimento das Escrituras por parte de Estêvão. Sugiro que você leia esses 47 versículos de Atos 7. Nele contém cerca de mil anos da história do povo de Israel: desde a saída de Abrão de Ur dos caldeus em cerca de 2.000 AC, até a construção do templo por Salomão em 966 AC.
Vimos que o conhecimento de Estêvão era algo que vinha do Espírito Santo, um dom especial:
Mas eles não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava. Atos 6.10
Mas, com certeza, Estêvão passou tempo lendo as Escrituras, deve ter tido acesso a elas, além de ter aprendido de forma oral por seus pais e professores da lei.
Veremos na reflexão de amanhã que além de conhecer fatos das Escrituras, Estêvão tinha habilidade para saber como aplicar esse conhecimento à prática, o que será responsável por sua morte, pois seus adversários entenderam exatamente a aplicação: a rebeldia do povo de Israel na história continuava naqueles dias e foi exemplificada por Estêvão na morte do Senhor Jesus.
Esse discípulo de Cristo era um homem que não tinha do que envergonhar, pois manejava bem a Palavra da verdade, algo importante nas palavras inspiradas do apóstolo Paulo.
Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. 1 Timóteo 2.15
Tenho lido a Bíblia com evangélicos e noto como muitos destes não tem uma fé baseada na leitura direta da Palavra, mas na interpretação de seus líderes religiosos.
Mas não é algo exclusivo dos evangélicos. No meio de nossa irmandade o desconhecimento das Escrituras por muitos irmãos é notável. E vejo no meio de nossos irmãos uma perda de identidade no tocante a razão de fazermos parte do movimento de restauração da igreja primitiva. Existe uma razão pela qual não fazemos parte do mundo evangélico e esta razão está nas Escrituras Sagradas.
Sou de uma época, no final da década de 80, na qual a maioria dos discípulos conhecia as Escrituras com profundidade. Hoje, lamentavelmente, há muita ignorância bíblica em nosso meio e práticas não prescritas na Bíblia têm encontrado guarida exatamente pelo desconhecimento bíblico.
A Bíblia ensina a provarmos os espíritos, 1 João 4.1, e isto deve ser feito por toda a irmandade, que precisa ter a atitude dos irmãos de Bereia em tudo que ouvem no púlpito.
Ora, estes de Bereia eram mais nobres do que os de Tessalônica, pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim. Atos 17.11
O conhecimento das Escrituras Sagradas e como aplicá-lo deve fazer parte da vida de um seguidor do Senhor. Não para torná-lo orgulhoso, mas para estar preparado para responder a todo o que nos perguntar (ou questionar) a razão da sua fé e de nossas práticas.
Pelo contrário, santifiquem a Cristo, como Senhor, no seu coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que vocês têm. 1 Pedro 3.15
Ter um sólido conhecimento das Escrituras é importante para sermos salvos em Jesus, 2 Timóteo 3.15, nos mantermos salvos e corrigirmos eventuais erros doutrinários que tentem entrar em nosso meio.
Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que falei, essa o julgará no último dia. João 12.47
Cuide de você mesmo e da doutrina. Continue nestes deveres, porque, fazendo assim, você salvará tanto a si mesmo como aos que o ouvem. 1 Timóteo 4.16
Sejamos, portanto, como Estêvão, um obreiro que manejava com precisão a Palavra de Deus. Bom dia.