Hoje, por motivo desconhecido, é o dia de memento mori, frase latina que significa algo assim: Lembre-se de que você morrerá. A frase é antiga. Pessoas sábias de todas as épocas entenderam que a mortalidade é que define e limita a humanidade.
Por que comemorar um tema desse logo no dia 3 de janeiro, no início do ano, quando todos estão fazendo planos e sentem animados com as perspectivas futuras? Parece um contrassenso, não é mesmo? Mas talvez haja certa sabedoria nisso também.
Além do fato da nossa mortalidade, igualmente importante é o fato da nossa eternidade. A morte é uma porta. Por meio dela, partiremos para uma outra existência que não terá fim. O que fazemos nesta vida ─ nossas decisões e escolhas ─ determinará nosso destino eterno. Leia, por exemplo, Romanos 2.6-11. Por isso, é bom lembrar todos os dias: memento mori.
Contudo, há algo que torna este fato em pensamento alegre: Jesus Cristo veio para vencer a morte. Sua morte e ressurreição nos oferecem esperança. Ele morreu em nosso lugar, para que tenhamos a vida eterna. Ele é nosso sacrifício, o Cordeiro de Deus, a propiciação que satisfaz a ira de Deus. Jesus nos livra do pecado, da culpa, da morte, da separação de Deus.
Pessoas no mundo fogem da morte. Não querem lembrar que um dia morrerão. O cristão, porém, tem esperança, que é a firme expectativa de que, graças à obra de Cristo, entrará no Céu para estar para sempre com Deus.
Sua oração é maranata, frase aramaica que atravessou as barreiras de língua e marcou a vida dos cristãos, 1 Coríntios 16.22. Significa: “Vem, Senhor”, uma oração que deseja a vinda de Jesus, o fim desta existência e a entrada na vida eterna. Expressa o grande amor que temos por Jesus, Senhor e Salvador; por isso a maldição de Paulo sobre a pessoa que “não ama o Senhor”, pois este despreza tudo o que Deus fez para sua redenção.
O apóstolo Paulo expressou este sentimento de maranata quando escreveu: “(…) desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor” Filipenses 1.23. A morte deixou de ser perda. “(…) para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” Filipenses 1.21. Todo cristão pensa da mesma forma.
Doença (pense: covid), guerra, perseguição, tirania ─ nada disso amedronta o discípulo de Cristo, pois, para ele, quando chega a morte, começa a maravilhosa vida do porvir. Nada se perde de essencial com a morte, seja ela pacífica ou violenta. Jesus disse:
Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno. Mateus 10.28.
A igreja de Deus vive no temor a Deus, temor que é profunda reverência, inexprimível gratidão e inseparável comunhão. Pois a pergunta mais importante de todas tem resposta, encontrada nas palavras do apóstolo Paulo:
Miserável homem que eu sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! Romanos 7.24-25a.
Fazemos apelo a todos que não obedeceram ainda o evangelho de Cristo: Entre nele, encontre a vida, abrace a viva esperança, livre-se dos seus medos, faça você a oração de maranata. Comece já a caminhar na vitória para a vitória final.
Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: “A morte foi destruída pela vitória”. 1 Coríntios 15.54.
Imagem por Daniel Naczk – Own work, CC BY-SA 4.0.